Março de 2007. Quase sete anos depois, consigo abrir o caderno vermelho, onde guardei sementes, cartões postais, passagens, impressões. Em algum computador de alguém, fotos digitais. E na memória, os cheiros. E o som. Não foi sonho, não. Eu já estive na Índia e preciso voltar.
No bloco de notas copiei alguns pensamentos colhidos no caderno da turista aprendiz, que viajou com a mãe, e queria mais tempo para sentir a Índia.
Aqui, a última página:
Itália: Como assim?
Voltamos 4 horas ao passado. Susto. Estou em um trem de Milão, rumo ao centro, para tomar um café da manhã. Itália, minha querida. Mas nem ela consegue disfarçar a saudade e o encanto da Bella Índia. Vou me concentrando nos primeiros escritos da viagem. Guardo as páginas restantes para o próximo ano, a próxima Índia. A primeira viagem foi como um teste, uma degustação rápida. Eu amo. E já sinto falta do cheiro e da língua. Percebo que para viajar para a Índia é preciso ter um foco. Vi muitas índias nestes quinze dias. Índias que pedem mais atenção, cuidado e sensibilidade de viajante. Para a próxima vinda, vou escolher apenas uma delas. Vai uma lista de mil Índias e possíveis focos:
Índia Hindu * Índia da Música e da Dança * Índia das políticas * Índia do Gandhi * Índia do Ganges * Índia Mulher * Índia do Indiano* Índia das comidas e dos cheiros * Índia da sensualidade* Índia da metrópole* Índia dos Marajás* Índia do Cinema*
Crédito da foto: Oscar Lopez
Gravações realizadas em Março de 2007 nas cidades de Bombaim, Aurangabad, Udaipur, Jodhpur, Jaipur, Agra, Khajuraho, Varanasi, Dehli.